Lancei a pergunta no ar: por que não consigo um equilíbrio emocional? Por que vivo altos e baixos tão frequentes que não flui uma paz mais constante? Ouvi do mesmo "ar" que, neste caso, podemos chamar de coração, mentores ou o vento mesmo: porque ainda busca a perfeição.
Hoje fiquei chateada, falei com uma pessoa de forma não amorosa e me senti mal comigo mesma por ter agido dessa maneira. Me vigio, com cobrança rígida, como quem não se permite perdoar.
Por que, durante o dia, fiz essa bobagem? Poxa, tava tão bem, tão em paz e, depois de me irritar no trabalho, não poderia ter agido de forma mais amorosa? Poderia. Mas não foi assim. Aprendi mais uma lição. E ponto, segue com cabeça erguida e cuca fresca. Mas não foi assim. O perfeccionismo me cobrou. A mente me cobrou que tivesse agido de outra forma.
Acontece que não sou perfeita, ninguém é. Acreditar em um perfeccionismo é negar a mim mesma, é não ser autêntica. É preocupar-se com o que o outro pensa, com o padrão de perfeição criado pela sociedade, pela minha mente. Não que esses pensamentos não sejam observados - é bom que eles sejam percebidos e que passem com consciência, mas com mais amor próprio e menos rigidez.
Quando lancei a pergunta, me veio o pensamento: "queria estar bem emocionalmente, não aguento mais estar sempre mal, quando melhoro, me vem dores aqui, dores ali, essa rinite que não para, essa dor na lombar que não me deixa seguir com tranquilidade..." Paciência? Foda, né? Mas o que se há de fazer: reclamar ou aceitar isso e seguir na melhor toada possível? Meu livre arbítrio resiste à segunda opção, mas tendo a ela.
E sinto o vento no rosto, enxugo o nariz da rinite, bebo um chá, sinto a dor nas costas, e assim sigo. Porque optei por seguir, com ajuda dos bons ventos...